segunda-feira, 17 de junho de 2013

A manifestação é organizada pelo Libertários, grupo político cuja doutrina se baseia nos princípios da desregulamentação do mercado


Nesta segunda-feira cerca de 60 mil pessoas percorrem as ruas da cidade de São Paulo em manifestação contra o aumento das passagens do transporte público, um grupo de 70 pessoas faz, ao mesmo tempo, um ato contra a proposta de tarifa zero no vão livre do Masp.
O evento é organizado pelo Libertários, grupo político que defende os princípios da desregulamentação do mercado e no fim das concessões a empresas, de forma a retirar do Estado a responsabilidade da prestação de serviços públicos - tais como saúde, infraestrutura, educação e transportes - para aumentar a concorrência.
Para Ricardo Leite, que protestava no local, o Movimento Passe Livre identificou o problema errado. “Na verdade eles estão fazendo o jogo do Estado. Pedindo exatamente o que ele quer, servindo de fantoche. Daqui a pouco o [prefeito de São Paulo, Fernando] Haddad [PT] chega e fala que a tarifa vai baixar, e o imposto vai aumentar. Só que aí todo mundo vai pagar”, afirmou.
Ricardo reclamou, ainda, que o Estado continua com o monopólio do transporte, regulando o setor e decidindo quais empresas vão oferecer o serviço. “Não existe a definição de que ‘serviço’ é um direito. Isso é uma deturpação que eles criaram. Direito ao transporte não existe, ele é um serviço, porque senão todo mundo tem que se sacrificar para garanti-lo”, emendou.
Com gritos de “monopólio não, livre mercado é a solução”, o grupo carregava cartazes com os dizeres: “impostos: pague 2 e leve 1”, “quem paga essa conta é você”, “chega de impostos” e “se o Estado não controlar, o trabalhador só tem a ganhar”.
Outro manifestante que não se identificou para a reportagem disse que a ideia é privatizar tudo. “Somos contra a prestação de serviços prestados com o dinheiro público, de imposto coercitivo. Isso seria bom porque incentivaria o empreendedorismo das pessoas e qualquer um poderia oferecer transporte, com vans por exemplo. Temos que tirar o Estado da jogada”, afirmou.
Para Ricardo Leite, a manifestação organizada pelo Movimento Passe Livre (MPL) tinha muito mais gente porque as pessoas se apegam ao emocional e à propaganda política de partidos "socialistas" que tem apoiado a causa. “Eles têm um discurso muito mais apelativo e a gente tem um discurso muito mais racional. As pessoas não param para analisar qual o real problema. Não temos que ficar reféns de um bando de burocratas que decidem qual o preço deve ser cobrado”.

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