segunda-feira, 5 de abril de 2010

Autoritário e ineficiente

Na segunda 29 de março, duas mulheres-bomba mataram 39 pessoas no metrô de Moscou, em atentado reivindicado pelo líder checheno Doku Umarov. Vladimir Putin prometeu que os responsáveis “serão arrancados do esgoto e trazidos à luz”, mas dois dias depois, outro atentado no Daguestão, Cáucaso russo, matou mais 12.

Grassa um clima de medo e xenofobia, lembrando os EUA após o 11 de Setembro e a própria Rússia após os atentados de 2003 . Duas muçulmanas foram agredidas por passageiros no metrô de Moscou. Tevês russas, controladas pelo Estado, suspenderam o entretenimento para exibir testemunhos de amigos e parentes das vítimas e documentários sobre o Cáucaso.

O prestígio de Putin saiu arranhado. Consolidou seu poder derrotando militarmente os chechenos em 1999 e ampliou-o com medidas antidemocráticas, cujo pretexto foi o terrorismo checheno de 2003. Os novos atentados mostram a ineficácia da FSB (ex-KGB, na qual Putin iniciou a carreira e sobre a qual se acumulam denúncias de abuso de poder e suspeitas de assassinatos de jornalistas e oposicionistas) nas operações de inteligência que justificam sua existência. Um dos atentados foi na estação Lubyanka, a poucos metros da sede da instituição.

Nenhum comentário: