segunda-feira, 5 de abril de 2010

‘Senti a presença dele ao meu lado’, diz ator que interpreta Chico Xavier

Após atuar em 50 filmes, Nelson Xavier diz que médium é seu maior papel.
Filme estreia nesta sexta-feira (2), data do centenário do líder espírita.


Nelson Xavier em cena de 'Chico Xavier': caracterização do ator emocionou atores durante filmagens. (Foto: Divulgação)

Ateu, ex-comunista, orgulhoso de ter interpretado o cangaceiro Lampião em performance histórica na televisão, o ator Nelson Xavier acreditava que após cinco décadas de carreira nenhum personagem voltaria a lhe impressionar. A convicção não resistiu ao início das filmagens de “Chico Xavier”, cinebiografia sobre o médium mineiro dirigida por Daniel Filho, em cartaz nos cinemas nesta sexta (2).


“Finalmente fiz o meu maior papel. Fui invadido por uma onda de amor tão forte, tão intensa, que levava às lágrimas”, conta o ator, que no longa vive o líder espírita dos 59 aos 65 anos. “Nenhum dos personagens que fiz mudou minha vida. O Chico fez uma revolução”.


No entanto, Nelson deixa claro que não se converteu à doutrina espírita. E que, sim, aos 68 anos segue ateu. “Mudei no sentido de achar que a gente morre e desaparece numa totalidade. Hoje acredito que a gente permanece com uma identidade e pode até se comunicar”.

O processo de revisão de opiniões começou com a pesquisa dos livros psicografados pelo médium e a leitura da biografia “As vidas de Chico Xavier” (2003), do jornalista Marcel Souto Maior, na qual o filme é baseado.
“Olha só como é a vida: minha mãe me dava esses livros espíritas desde a infância e eu só fui ler agora... Eu zombava do espiritismo...”, recorda o ator, que, com a lembrança materna, se emociona, chora, e pede um intervalo para continuar a falar.
“Há duas cenas do filme em que meu personagem reza. Ali eu estava muito emocionado, falei como se fosse para minha mãe, quase como um acerto de contas”.

Presença de Chico
Os atores Ângelo Antônio e Matheus Costa interpretam Chico Xavier na juventude e na infância. Mas é Nelson que aparece ao longo de todo o filme, que tem como ponto de partida a participação do líder espírita no programa de entrevista “Pinga Fogo”, da extinta TV Tupi, no qual seus poderes mediúnicos são colocados à prova.

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