O mordomo e o técnico, que é funcionário da Secretaria de Estado da Santa Sé, governo central do Vaticano, serão julgados por "roubo agravado" e "cumplicidade" neste caso conhecido como o escândalo "Vatileaks", informou o juiz de instrução, Piero Bonnet.
Paolo Gabriele, mordomo do papa, em foto de 23 de maio (Foto: AFP) |
Segundo a denúncia judicial de 35 páginas, Gabriele contou aos investigadores que se apropriou dos documentos por ter visto "o mal e a corrupção em todo lugar da Igreja". Acrescentou que quis cortar o mal pela raiz, "porque o papa não estava suficientemente informado".
Num trecho alusivo à saúde mental do acusado, Gabriele declarou aos investigadores que, depois que começou a copiar e divulgar os documentos,
chegou "a um ponto sem volta, e não conseguia mais me controlar".
"Eu tinha certeza de que um choque, talvez usando a mídia, poderia ser uma coisa saudável para recolocar a Igreja nos trilhos."
(No destaque) Paolo Gabriele é considerado um homem reservado, quase tímido. Ele tinha acesso aos aposentos mais privados no Palácio Apostólico do Vaticano - o apartamento do Papa |
Outros 37 documentos reservados foram encontrados no apartamento privado de Gabriele em Castelgandolfo, a residência de férias do Papa nos arredores de Roma.
A denúncia assegura que o mordomo do Papa, chamado de Paoletto, um dos poucos laicos com acesso aos apartamentos do Papa, de quem era sua sombra, foi submetido a um exame psiquiátrico, que descartou problemas de índole psicológica.
Os documentos vazados neste ano apontavam caos de corrupção em negócios do Vaticano com empresas italianas, incluindo serviços superfaturados, e detalhavam rivalidades entre cardeais e conflitos a respeito da administração do banco do Vaticano.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário