domingo, 15 de janeiro de 2012

Mohamed El Baradei retira candidatura à Presidência

EFE

Político egípcio explicou que sua consciência não o permite apresentar-se às presidenciais

Mohamed Elbaradei é visto em seu escritório após desistir da sua candidatura à presidência

Foto: AP

O prêmio nobel da Paz egípcio anunciou no sábado (14) sua decisão de não se apresentar como candidato às eleições presidenciais de seu país nem a nenhum outro cargo oficial.

Em comunicado, ElBaradei explicou que sua consciência não permite apresentar-se às presidenciais "salvo dentro de um regime democrático verdadeiro", e mostrou-se convicto de que "o antigo regime ainda não caiu".

De acordo com o ex-secretário-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, "a arbitrariedade e a má administração do processo de transição distanciam o país dos ideais da revolução" que acabou com os 30 anos de presidência de Hosni Mubarak, e cujo aniversário é daqui a 11 dias.

"O mais importante que conseguimos com a revolução foi romper a barreira do medo e recuperar a fé do povo em sua força para a mudança", garante ElBaradei, quem acredita que "o povo vai continuar reivindicando seus direitos até que conquistá-los totalmente".

Usando de uma metáfora, o político avaliou que "o barco da revolução tomou um rumo difícil, foi atingido por fortes ondas e não conseguiu chegar ao porto da salvação". Ele atribui a responsabilidade pelo fracasso do "comandante do barco, que não foi eleito pelos passageiros e não tem experiência em navegação", e o acusa de ter aumentado as divisões na sociedade e de afundá-la em "diálogos estéreis".

Por isso, apelou às "forças da revolução" a continuarem seu trabalho para alcançar todos os direitos do povo, e acusa os militares de praticar uma política de segurança "repressora e violenta".

Desde que o poder no país foi assumido pela Junta Militar após a queda de Mubarak em 11 de fevereiro, ElBaradei foi um dos maiores críticos da gestão de transição executada pelos generais e se transformou em um entusiasta das manifestações dos jovens que ainda protestam na praça Tahir do Cairo.



Por De Moraes

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